A influência dos games no comportamento das pessoas

A influência dos games no comportamento das pessoas

Ivelise Fortim, professora de Jogos Digitais na PUC-SP, fala um pouco da sua carreira na área de games

Ivelise atualmente ministra o curso “Tipologia e Psicologia do Jogador” na Escola Brasileira de Games, onde trata da influência dos games sobre as pessoas, a classificação de jogadores de acordo com a tipologia sugerida por Richard Bartle e as estratégias de retenção e fidelização mais utilizadas atualmente pelas empresas.

Fale um pouco sobre você Ivelise

Eu sou psicóloga, doutora em Psicologia Clínica, e dou aula na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo no curso de Jogos Digitais e no curso de Psicologia. Estou pesquisando videogames há aproximadamente 10 anos, pois comecei a pesquisar MUDs (RPGs de texto) há muitos anos atrás. Hoje alem das aulas sou sócia de uma empresa de games para a Saúde, a NeuroGames,  e pesquiso temas como o uso de videogames por mulheres e crianças.

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Como você enxerga o mercado de games em termos de carreiras e negócios? Quais os principais desafios e oportunidades?

Hoje vejo que há muitas oportunidades na área de serious games. A maioria das formações hoje fica bastante focada em entretenimento, mas as áreas de educação infantil, educação corporativa e de saúde tem demandado jogos digitais que podem ser utilizados com diversas finalidades, como ensinar, treinar e avaliar conhecimento. Creio que esta é uma grande oportunidade pois o mercado precisa de profissionais capacitados. Entendo que ao grande desafio desta área é fazer um jogo com propósito “sério”, sem perder de vista o componente da diversão.

De quem é a responsabilidade pela mensagem que o público recebe em um game: aqueles que tem a idéia, criam e desenvolvem, o conjunto de profissionais que publicam e divulgam nos inúmeros meios de comunicação, ou a interpretação é (ou deveria ser) livre de acordo com a idade, gênero e grupo social a que pertence o público consumidor?

No caso, todos são responsáveis. Não há como negar que os criadores e profissionais de divulgação tem intenções de venda para um determinado público, afinal, a indústria de jogos digitais é um negócio e pretende vender seus produtos. De outro lado quando se fala da influência dos games sobre as pessoas, independente da mensagem, fatores como idade, gênero e grupos sociais  fazem com que  a interpretação da mensagem seja de maneira diferente.  Como em outras mídias, há muitos fatores em jogo: a própria mensagem, do lado dos criadores, e do lado do público,  características de personalidade, relação com a família, convívio social, entre muitos outros fatores.

Os games poderão ser vistos com outros olhos após o seu curso? O que exatamente os alunos podem esperar?

O que o curso pretende é ampliar as discussões acerca de temas polêmicos, para que os alunos não se apeguem a opiniões simplistas, tais como “ videogames geram violência”; “ tenho que proibir as crianças de jogar pois podem ficar dependentes”. Esses temas são complexos e  merecem uma discussão mais aprofundada. Pretende esclarecer alguns mitos sobre o uso de videogames por mulheres e crianças, além de compreender melhor quem é o público de games.


Conheça o curso: Tipologia e Psicologia do Jogador

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