A Jornada da Gamificação, Passo a Passo

A Jornada da Gamificação, Passo a Passo

Você deve ter ouvido inúmeras pessoas falarem sobre o “poder de engajamento dos jogos” e como ele poderia ser útil na sua empresa.

De fato, jogos formam a mais poderosa e lucrativa indústria do entretenimento e as perspectivas são de que eles continuem crescendo (principalmente em países como o Brasil).

Isso torna a Gamificação ou Gamification algo extremamente sedutor para os negócios, mas ao mesmo tempo desafiador. Nos últimos anos eu trabalhei em 5 edições do maior evento de TI da América Latina, o IT Forum. Além disso gamifiquei uma Startup que usa DNA para mudar os hábitos de saúde das pessoas, desenvolvi sistemas para startups e projetos pedagógicos, do mercado imobiliário, ministrei vários workshops e cursos e desenvolvi uma parceria com o Hospital das Clínicas para estudar mais afundo o impacto dessa metodologia no setor.

E sempre repeti que não acredito em canvas de gamificação. Não, porque seria o mesmo que dizer “basta construir um canvas de League of Legends e o sucesso será sempre o mesmo”.

Não é assim e nunca será. As variáveis para desenvolvimento de um game são exorbitantes, gêneros de jogos tem ferramentas narrativas e de gameplay específicas para construírem experiências. Game Design é uma das habilidades mais importantes que compõem a metodologia da gamificação, outras incluem psicologia comportamental, estratégias de negócios, marketing e comunicaçãoMesmo que gamificar não seja construir um jogo em toda a sua dimensão ou complexidade, ainda requer o conhecimento para entender quais mecânicas e dinâmicas vão impulsionar os comportamentos desejados pelos objetivos do projeto.

Sem Canvas, mas com uma Jornada definida

Canvas é uma ferramenta que te ajuda a concluir uma ideia ou um projeto de forma bastante consolidada. Existem várias metodologias que o utilizam como ferramenta de forma proveitosa, mas não é o caso da Gamificação. Sempre que vejo um sistema gamificado sob uma ferramenta de canvas ele não me parece compreender o GamethinkClaro, jogos não são construídos sobre canvas, logo esse pensamento está mais para os negócios do que para o entretenimento.

Estúdios de jogos desenvolvem sua própria metodologia de desenvolvimento, cada equipe tem seu padrão de pessoas, funções e necessidades. Algumas são específicos e depende do tipo de jogo que está desenvolvendo, outras são pontos chaves para o projeto e mais comuns de encontrarem. Esses pontos chaves foram se repetindo nos projetos que trabalho com a Savage Fiction e é a partir deles que construí a Jornada da Gamificação, que aplico. Não é um manual que vai fazer com que você saia gamificando o mundo, mas vai te orientar sobre como coordenar a construção de um sistema de gamificação.

1 – Objetivos

O que define a diferença da gamificação com um game, para mim, são seus objetivos. Jogos se comprometem com a diversão do jogador, enquanto gamificação é comprometida com os objetivos de marketing/negócios da marca.

2 – Habilidades

Jogadores desenvolvem várias habilidades ao longo de seus games favoritos, há game designers que defendam que jogos são sobre desenvolver habilidades, eu gosto de compreender quais serão essas habilidades, pois elas tem impacto nas ações de cada usuário, dentro do sistema de Gamificação.

3 – Desafio

Acredite se quiser, o mundo empresarial ainda não sabe ou tem medo de construir desafios atraentes o suficiente para manter um jogador engajado. Então esse é um ponto que eu me dedico bastante, são várias discussões que trazem à tona qual será o conflito vivido pelo usuário.

4 – Big Picture

O Big Picture é um grande plano visual de como tudo isso vai acontecer, é usado na construção de vários sistemas de storytelling interativo e jogos de realidade alternativa para testar o fluxo do gameplay.

5 – Recursos

Quando estamos mais seguros quanto ao sistema, graças a visão geral do Big Picture, podemos avançar nas minúcias e trabalhar na criação dos recursos disponíveis para o usuário/jogador. Como ele concluirá cada ação? Essa é a pergunta chave do momento.

6 – Storyworld

Jogos e Narrativas tem se tornado aliados poderosos, cada vez mais, isso porque as narrativas são importantes para estabelecer uma relação duradoura e transmitir uma mensagem em comum para toda a audiência. Mas nem sempre você vai precisar de uma narrativa cinematográfica, na maioria das vezes apenas uma narrativa aparente ou incorporada em elementos mínimos do mundo de jogo.

7 – Feedback

Se o seu sistema de gamificação foi um aplicativo, essa fase do seu projeto não será muito complexa. É sobre como entregar a experiência ou quais ferramentas de feedback vão impactar o jogador. Isso se torna de extrema prioridade para gamificação de treinamentos ou que utilizam campanhas de comunicação, social media e até mesmo ferramentas analógicas para construir a experiência.

Vou deixar aqui um mapa dessa jornada que desenvolvi e foi ilustrado pelo meu amigo e designer Luiz Pedro 

Frequentemente uso esse mapa nos meus workshops e cursos, vários gestores e profissionais conectados a realidade poderosa dos games estão descobrindo como levá-los para o seu ambiente de trabalho. Se você é um desses profissionais e quiser mais informações sobre cada fase da jornada me manda um inbox, será um prazer conversar e tirar algumas duvidas.


Escrito por: Alê Santos 

Fundador da Savage Fiction, consultoria de Entretenimento Estratégico, Alê Santos é o Game Master e Designer da gamificação do maior evento de TI da América Latina, o IT Forum. Escreveu para boardgames como Selene The Fantasy e RPGQuest, colaborou em uma peça de teatro para a IBM,  já trabalhou com a Storytellers Brand’Fiction, o primeiro escritório de Innovative Storytelling do Brasil e atualmente produz cursos e palestras sobre Gamificação e Storytelling Interativo.


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